FAZER TUA IMAGEM É MINHA ESPECIALIDADE

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“Imagine dois pares de tênis branco idênticos um do lado do outro. Um não tem marca e outro tem o símbolo da Nike. Qual você acha que vale mais?”.



Desmistificando o Branding

Vamos voltar à pergunta inicial. Qual tênis você acha que tem maior valor: o que leva a marca da Nike ou o outro? Sem sombra de dúvida o calçado que tem impressa a marca estadunidense vale mais e não só no sentido financeiro. O branding faz exatamente isso. Constrói determinada marca através da imagem, atribui valores mercadológicos a ela e a coloca em um patamar diferenciado dos outros produtos de sua categoria. Esse processo requer tempo, paciência, mas não necessariamente muito dinheiro (vamos ver isso mais para frente).

“O branding transforma produtos e serviços em referências e ocupa o centro da organização, afinal de contas, todos os passos e decisões que a empresa toma refletem na imagem da marca”, afirma Fábio. Engana-se quem pensa que branding refere-se só à venda. Ele engloba o relacionamento, planejamento, comunicação e posicionamento da empresa no mercado, ou seja, o buraco é mais embaixo. O branding, que antes era uma vertente do marketing, assume um papel completamente independente.

A construção de uma marca forte é conseqüência de um relacionamento satisfatório com o mercado-alvo. Quando esta identificação positiva se torna forte o bastante, a marca passa a valer mais do que o próprio produto oferecido. Sua execução não é tomada apenas por ações de marketing que posicionam a marca e a divulgam no mercado, mas também por ações internas na empresa, transmitindo, para todos os interessados, a imagem pretendida.

Se existe uma imagem a ser transmitida de nada adianta as áreas da empresa seguirem caminhos diferentes. “Pergunte para seus funcionários qual a missão, valores, diferenciais conceitos da empresa. Se você perceber que a opinião deles é diferente é porque existe um conflito. Por isso, antes de mais nada, é preciso escolher um posicionamento de marca. Como sua empresa quer ser reconhecida?”, provoca o consultor.

Quando se tem claro o posicionamento da empresa é preciso praticá-lo. Fábio diz que marketear é completamente diferente da prática do posicionamento. É preciso instalar no mercado os ideais que sua empresa compartilha por meio de treinamentos e indicadores de desenvolvimento. Após esta prática, aí sim entra a área de marketing para reforçar essas ideias, tudo baseado em um planejamento de marketing compatível com sua empresa e prevendo o futuro do mercado. É preciso lembrar que coisas boas ganham força e a velocidade de crescimento está diretamente ligada a imagem da marca.

E se você não quer pecar nessa área, siga este conselho: escolher um posicionamento é fácil, o difícil é sustentá-lo ao longo do tempo. A grande armadilha é você se deixar seduzir pela guerra de mercado sem se solidificar.

Os empresários costumavam pensar que somente grandes empresas praticavam ações de branding eficazes. Outro erro. “A grande empresa gostaria de agir como uma pequena porque tem mais proximidade com os clientes, é mais ágil e tem uma equipe focada na evolução constante dos serviços. Ao mesmo tempo as pequenas e médias empresas gostariam de ser grandes pelo simples fato de negócios de porte maior terem mais poderio financeiro. Essas empresas não têm muito dinheiro, mas são fortes nas relações e práticas diárias”, argumenta Fábio Fiorini que fez especialização de branding nos Estados Unidos.

Este cenário apresentado faz com que as grandes empresas comprem as menores. O trabalho de branding evita a quebra de uma empresa a aumenta seu poder em uma determinada região. Fiorini dá como exemplo uma imobiliária na região norte de São Paulo. Grandes corporações imobiliárias tentaram entrar na região, mas não duram mais do que um ano e isso acontece porque esta pequena imobiliária desenhou muito bem sua imagem (branding) e se mantém líder há anos. Além de oferecer um serviço diferenciado, eles trabalham exaustivamente no treinamento dos corretores, no processo de procura/compra e no pós-venda. A palavra de ordem aqui é não ser reconhecido pelo tamanho, mas ser reconhecido pela excelência dos serviços prestados.

O que se encontrava antigamente era a mesma estratégia de branding para pequenas e grandes empresas. A grande empresa constrói uma imagem para depois entregar o serviço. As pequenas, mais desafiadoras e compatíveis com a realidade, devem seguir o caminho inverso: entregar para depois construir.

Investimento

Falamos no começo deste texto que o sucesso de uma campanha de branding não está ligado ao valor do investimento. “Criou-se este mito porque antigamente a construção de uma marca era vinculada a publicidade e isso sim é caro. A publicidade não é responsável por construir uma grande marca; o trabalho de branding sim” comenta Fábio. O especialista diz ainda que liderança de mercado não é construída com dinheiro, mas com o domínio que você exerce ao seu redor. Se você consegue personalização e diferenciação de produtos e serviços, certamente você atingirá uma boa imagem.

Outro investimento que deve ser feito não é com relação a finanças e sim ao aperfeiçoamento. “O empresário não deve saber sobre branding; ele deve saber fazer branding. Infelizmente não existe faculdade ou pós-graduação em branding, mas é possível fazer cursos e participar de seminários que exploram essa prática e dão ao empreendedor uma visão muito mais específica”, complementa Fábio.

FONTE : MICROSOFT